domingo, 13 de maio de 2007

UMA DÉCADA DE SAUDADES

No dia 07 de maio de 1997, após acometimento de um aneurisma fatal, perdíamos nossa querida Rosaly, saudosa mãe, abruptamente. Durante dez anos relembramos a data sempre muito próxima do Dia das Mães, triste coincidência. A mudança de vida radical ao longo dos anos nos torna mais adaptados, porém a saudade é cruel e impiedosa, e neste ano pedi a este veículo de comunicação para compartilhar com todos os filhos um pouco dessa experiência e homenagear essas doces criaturas que são as mães.Podem consolar a todos os filhos que perderam suas mães dizendo que Dia das Mães é uma data comercial. Sim, a data é comercial! Não tenham dúvida. Pode parecer repetitivo (e é) dizer que todos os dias são dias das mães. Sim, todos os dias são dias das mães. Mas nunca duvidem que qualquer filho órfão trocaria tudo que mais ama para ter... quem sabe... 10 minutos a mais ao lado dela, sair comprar seu presentinho de última hora, no sábado, e almoçar com ela no domingo aquele prato que ela tanto gosta.Todos os amigos que conquistamos durante nossa passagem por aqui são preciosidades marcantes em nossas vidas, mas a mãe é um ser inigualável. Eu jamais ousaria tentar descrever o que é o amor materno.Desde os meus 19 anos deixei de ter aquela pessoa que por muitas vezes eu me irritei, esbravejei, me revoltei, clamei por liberdade, sem talvez saber entender o que de fato motivava sua superproteção. A reflexão sempre vem depois.Mãe é mãe de dia, de noite, de madrugada, no frio, no calor, quando está perto, quando está longe (aí é mais mãe ainda!), feliz ou triste, orgulhosa ou decepcionada, na colação de grau, na prisão. Na premiação ou no hospital, este ou aquele poderá não se recordar, mas a mãe jamais esquecerá, e jamais abandonará.Se eu ficasse só no Dia das Mães sem minha mãe, acho que superaria facilmente o percalço. Mas como é triste o Natal, como é triste não ter seu ombro pra desabafar nos momentos ruins, pra contar as coisas boas e deixá-la toda orgulhosa, abraçá-la embaixo do cobertor nos dias frios, sentir seu cheiro e ganhar seu beijo... Porque cheiro e beijo de mãe têm um sabor único. Ninguém engana um filho.Dentre todos que nos cercam, é a única a nos compreender pelo simples olhar. Quando perdi minha mãe, acho que perdi uma parte da minha essência, pois não sou (e não somos, todos nós) nada senão a colheita de tudo que nos foi semeado. Por isso feliz de mim ter ainda meu pai, a quem ainda procuro deixar semear.Encontramo-nos ainda nos sonhos, sinto-a comigo a todo momento, mas nada supre. Espero ansiosamente pelo nosso reencontro, e encerro aqui com um dos maiores ensinamentos que ela insistentemente procurou me transmitir: a felicidade é uma conquista diária. Hoje tenho certeza disso. Dia das Mães é dia de ser feliz.

PAPA NO BRASIL

Ele veio. Foi amplamente anunciado. Claro que não veio a toa. Ele veio porque o Brasil está perdendo católicos para os evangélicos. Não sou católico nem evangélico. Não puxo sardinha pra ninguém. Apenas analiso algumas coisas que observo.

Fui educado em colégio católico até meus 14 anos. Tive toda a educação complementada pelas aulas de religião. E a experiência de atuar como Secretário de Cultura me levou a conhecer também os evangélicos. Toda religião é boa, pode ter certeza.

Mas por que a Igreja Católica se recicla tão lentamente? Por que não acompanha essa evolução de nossa sociedade a passos largos, tal qual deveria?

Não vou mergulhar em discutir profundamente cada doutrina, mas no último aniversário de Itapetininga fui em uma missa (católica) e um culto (evangélico).

Quanta diferença!!! Há tempos não participava de nada. Meus contatos com Deus, com exceção de minhas orações e vibrações, se resumiam a palestras espíritas que procurei ser assíduo semanalmente, porém o trabalho e minhas falhas (principalmente elas) me afastaram um pouco recentemente.

Por isso a comparação é essa, pobre mesmo, mas que segundo meus amigos evangélicos e católicos representa bem a diferença entre as duas. Os católicos continuam com rituais: ajoelhar, rezar decorado, falas genéricas, sem direção, gramática ultrapassada e nada de jovens.

Os evangélicos, diferentes! Discurso direto, olho no olho, quem fala interage com os fiéis, gramática atualizada, linguagem coloquial, rituais básicos e orações espontâneas.

Dá pra competir? Não dá! Acordem católicos. A doutrina é maravilhosa, como todas as outras, mas está fadada ao fracasso.

O Papa veio e não empolgou, a verdade é essa. Minha família inteira é de Guaratinguetá, cidade vizinha à Aparecida. Há tempos estou me programando pra passar o Dia das Mães lá. Mas quando vi o itinerário do Papa, pensei: Xi, vou ter que desistir. As autoridades recomendavam muito planejamento, esquemas especiais de trânsito foram montados, polícias militar, civil, federal, exército, guarda, mais de 30.000 ônibus eram aguardados.

Fiquei pasmo. Pensei: não vou. Mas minha dor de órfão falou mais alto. Estou um pouco sensibilizado pela década recém completada sem mãe. Pensei: vou de moto. Se estiver um caos o trânsito, pelo menos eu corto e chego lá...

Que nada! Tinham fiéis? Tinham muitos deles... Mas a estrada estava vazia, mais do que de costume.

Agora, o pior ainda está por vir: o domingo era o dia mais aguardado. Meu primo Dinho, advogado na cidade, me pediu: me leva até a Basílica? Preciso receber de um cliente comerciante do local, acho que hoje é um bom dia... Aproveitamos e andamos de moto...

Pois bem. Fomos. E cadê o dinheiro? O vendedor de santos, estatuetas e outras bugigangas tem também um hotel na cidade. Segundo ele, alardearam tanto que os fiéis cancelaram reservas. O cara ficou a ver navios. Mas e a lojinha? Xé... hoje foi pior que domingo normal. Voltamos sem dinheiro.

segunda-feira, 5 de março de 2007

criei um blog

Eu criei um blog... não sei porque, talvez eu faça disso um diário da minha vida na Prefeitura, talvez eu divulgue pra alguém, talvez não... vou pensar!!!